Colapso do Silicon Valley Bank abala mercados financeiros globais

Os mercados de ações ao redor do mundo caíram fortemente na segunda-feira, enquanto os investidores permaneciam preocupados com o colapso do Silicon Valley Bank (SVB), um dos maiores credores de startups de tecnologia nos EUA. O banco foi fechado pelos reguladores na sexta-feira, após sofrer uma perda enorme e uma corrida aos depósitos em meio à alta dos juros e à queda do setor de tecnologia. O colapso do SVB seguiu a falência do Signature Bank, outro banco americano focado em inovação, que ocorreu no domingo.
Temores de contágio para o setor financeiro dos EUA e global
O colapso do SVB e do Signature Bank levantou temores de um contágio para o setor financeiro dos EUA e global, que já está enfraquecido pela pandemia de Covid-19 e pela guerra comercial entre China e EUA. Os investidores estão preocupados que outros bancos possam estar expostos aos riscos das startups de tecnologia no Vale do Silício, que estão lutando para se manter rentáveis e competitivas em um cenário de maiores custos de capital e menor demanda por seus produtos e serviços.
Além disso, há um medo de que o colapso dos bancos possa afetar a confiança dos consumidores e das empresas na economia americana, que já mostra sinais de desaceleração. A inflação nos EUA subiu acima das expectativas, levando o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, a sinalizar um possível aumento da sua taxa básica de juros ainda este ano.
Reação dos mercados de ações em todo o mundo
Diante desse cenário adverso, os mercados de ações em todo o mundo reagiram com fortes quedas nos últimos dias. As bolsas de Nova York registraram suas maiores perdas semanais de 2023 até agora2, com destaque negativo para as ações das empresas de tecnologia. Os mercados acionários asiáticos também fecharam em baixa na segunda-feira3, seguindo as tendências globais. As bolsas europeias seguiram o mesmo rumo e ampliaram suas perdas na segunda-feira3, com ênfase nos bancos.
No Brasil, o Ibovespa acompanhou os movimentos externos e fechou em queda na segunda-feira, pressionado principalmente pelos papéis das empresas ligadas aos setores financeiro e de tecnologia. O dólar subiu frente ao real refletindo a aversão ao risco dos investidores.
Perspectivas incertas para os próximos meses
Diante desse cenário adverso, as perspectivas para os próximos meses são incertas. Os analistas esperam uma forte desaceleração do crescimento econômico global em 2023; alguns países podem até mesmo entrar em recessão. Além disso, há um risco de crise financeira sistêmica se as condições de liquidez e solvência dos agentes econômicos se deteriorarem.
Para evitar ou amenizar esses efeitos negativos os governos anunciaram medidas fiscais enquanto os bancos centrais anunciaram medidas monetárias para estimular a economia garantindo o funcionamento dos mercados. No entanto ainda é cedo para avaliar se essas medidas serão suficientes ou eficazes para conter o pânico dos investidores restaurando a confiança na recuperação econômica.