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Brasil entra em rota de colisão com os EUA ao se aliar à China e aos Brics

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está na China desde segunda-feira (10), em uma viagem que tem como objetivo estreitar os laços econômicos e políticos entre os dois países. Mas a visita também tem um forte componente de desafio aos Estados Unidos, que veem com desconfiança a aproximação entre Brasília e Pequim.

A visita do presidente Lula à China e seu discurso contra o dólar e a favor do banco do bloco dos emergentes geram críticas e preocupações nos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está na China desde segunda-feira (10), em uma viagem que tem como objetivo estreitar os laços econômicos e políticos entre os dois países. Mas a visita também tem um forte componente de desafio aos Estados Unidos, que veem com desconfiança a aproximação entre Brasília e Pequim.

Em Xangai, Lula participou da cerimônia de posse de Dilma Rousseff no Banco do Brics (Novo Banco de Desenvolvimento, NDB na sigla em inglês), uma instituição criada pelo bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul para financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento nos países emergentes.

Lula defendeu o uso das moedas locais nas transações comerciais entre os membros do Brics, como forma de reduzir a dependência do dólar e a influência dos EUA na economia global. “Por que não podemos fazer o comércio lastreado na nossa moeda? Quem é que decidiu que era o dólar?”, questionou.

O presidente brasileiro também criticou as sanções impostas pelos EUA e pela União Europeia à Rússia e ao Irã por causa de seus programas nucleares, e disse que o Brasil não vai se submeter à pressão externa para limitar sua dívida pública. “Não cabe ficar asfixiando como estão fazendo com a Argentina”, afirmou.

As declarações de Lula foram vistas como uma provocação pelos americanos, que reagiram com ironia e ceticismo. O ex-embaixador dos EUA no Brasil Thomas Shannon disse que Lula está “repetindo a narrativa da China” e que isso não trará benefícios ao Brasil. “São escolhas do Brasil, e serão problemas para o Brasil. Boa sorte com isso”, disse Shannon em entrevista ao jornal O Globo.

Shannon também alertou que Lula deve ter cuidado com o que diz sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, que se intensificou nas últimas semanas com a mobilização de tropas russas na fronteira. “Lula tem que entender que há consequências para suas palavras”, disse o diplomata.

A visita de Lula à China ocorre em um momento de tensão entre Pequim e Washington, que disputam a liderança geopolítica e econômica no mundo. A China tem buscado ampliar sua influência na América Latina, na África e na Ásia, oferecendo investimentos, vacinas e cooperação tecnológica.

Os EUA, por sua vez, tentam conter o avanço chinês, acusando o país asiático de violar os direitos humanos, de praticar espionagem cibernética e de ameaçar a segurança regional. O presidente Joe Biden tem procurado fortalecer as alianças com os países democráticos e com os parceiros tradicionais dos EUA na região.

O Brasil, que já foi considerado um aliado estratégico dos EUA na América do Sul, parece ter optado por se alinhar à China e aos Brics, entrando em uma rota de colisão com os interesses americanos. Essa escolha pode ter consequências negativas para o país, que pode enfrentar sanções, isolamento e perda de credibilidade no cenário internacional.

O Brasil está entrando em um caminho sem volta? Está se tornando parte do que alguns chamam de “o novo eixo do mal”? Está se preparando para espelhar a ditadura comunista chinesa na forma de uma colônia subdesenvolvida? Essas são perguntas que devem serfeitas pela sociedade brasileira, que precisa estar atenta aos riscos e às oportunidades que se apresentam nesse cenário de mudanças e incertezas.

O Brasil tem uma história de relações cordiais e pragmáticas com os EUA e com a China, e não precisa escolher entre um ou outro. O Brasil pode e deve buscar uma política externa independente, que defenda seus interesses nacionais e seus valores democráticos, sem se submeter a pressões ou a ideologias.

O Brasil pode e deve aproveitar as oportunidades de comércio e de cooperação com os Brics, mas sem se esquecer de que esse bloco não é homogêneo nem coeso, e que cada país tem suas próprias agendas e ambições. O Brasil pode e deve participar do debate global sobre os grandes temas da atualidade, mas sem se isolar ou se antagonizar com os demais atores relevantes.

O Brasil tem um papel importante a desempenhar no mundo, como uma potência emergente, uma democracia pluralista e uma nação diversa e pacífica. Mas para isso, precisa ter uma visão clara de seus objetivos e de seus desafios, e uma estratégia coerente e consistente para alcançá-los. O Brasil precisa ter uma voz própria e firme, que seja ouvida e respeitada por todos.

Fontes:

https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2023/04/o-brasil-esta-repetindo-a-narrativa-da-china-diz-ex-embaixador-dos-eua.ghtml

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/04/lula-defende-usar-banco-do-brics-para-contornar-dolar-no-comercio.shtml

https://www.baopina.com/2023/04/14/brasil-y-china-profundizan-su-relacion-acordaron-con-romper-con-la-hegemonia-del-dolar-y-dar-mas-impulso-a-los-brics/

https://www.gazetadopovo.com.br/republica/lula-sinaliza-apoio-a-ofensiva-da-china-de-usar-o-bloco-dos-brics-para-desafiar-os-eua/

https://cnnportugal.iol.pt/videos/desdolarizacao-como-os-brics-querem-retirar-importancia-ao-dolar/643ae8130cf2dce741b4bef7

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