Taiwan em alerta máximo diante de exercícios militares chineses

China realiza manobras ao redor da ilha após visita de presidente taiwanesa aos EUA
Taiwan colocou suas forças militares em alerta máximo após a China anunciar o início de três dias de exercícios militares ao redor da ilha. As manobras, chamadas de “Espada Afiada Unida”, envolvem jatos, navios e mísseis e ocorrem após a visita da presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, aos Estados Unidos, onde se encontrou com o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy.
A China, que considera Taiwan parte de seu território e ameaça usar a força para anexá-la, condenou a reunião entre Tsai e McCarthy como uma interferência em seus assuntos internos e prometeu “contramedidas resolutas”. O comando militar do leste da China, que supervisiona Taiwan, disse que os exercícios são “um sério aviso contra a conluio das forças separatistas de Taiwan com as forças externas e uma medida necessária para defender a soberania nacional e a integridade territorial”.
Taiwan acusa China de minar a estabilidade regional
O ministério da defesa de Taiwan disse que está monitorando de perto a situação e que fará todos os esforços para defender a segurança nacional e a soberania. “Nos últimos anos, o Partido Comunista Chinês tem continuado a enviar aviões e navios para assediar a região, o que tem ameaçado a situação regional. Ele até usou a visita e o trânsito da presidente Tsai aos Estados Unidos como desculpa para realizar exercícios militares, o que tem prejudicado seriamente a paz, a estabilidade e a segurança regional”, disse o ministério.
O ministério acrescentou que responderá com uma atitude calma, racional e séria, e que não buscará escalar o conflito. Taiwan também disse que detectou oito navios de guerra chineses e 42 caças e outros aviões de guerra no Estreito de Taiwan. Ele disse que 29 das aeronaves cruzaram a linha mediana do estreito (a fronteira marítima de fato).
China mostra poderio militar e ameaça embarcações civis
A China realizou os exercícios com uma variedade de armamentos, incluindo destróieres, fragatas, forças de foguetes, lanchas com mísseis, caças, bombardeiros e aviões de interferência. A mídia estatal chinesa disse que os exercícios visavam criar uma “postura de dissuasão em todas as direções cercando a ilha”.
Antes do anúncio dos exercícios, autoridades taiwanesas e japonesas disseram que a China havia enviado um grupo de ataque de porta-aviões para águas cerca de 200 milhas a leste de Taiwan. Um grupo de ataque de porta-aviões americano também realizou exercícios conjuntos com forças japonesas no Mar da China Oriental e no Pacífico de 4 a 6 de abril, segundo o ministério da defesa do Japão.
Além dos exercícios militares, a China também ameaçou abordar embarcações civis taiwanesas. Em 5 de abril, a administração de segurança marítima da província chinesa de Fujian, que fica em frente a Taiwan, anunciou uma operação de patrulha e inspeção de três dias no Estreito de Taiwan que incluiria movimentos para embarcar em navios cargueiros e construção para “inspeções no local”. As autoridades taiwanesas disseram que haviam instruído os operadores marítimos relevantes a recusar tais pedidos e notificar a guarda costeira de Taiwan para prestar assistência.
Fontes: The Economist, CNN, ABC News