Ray Dalio: por que o fundador da maior gestora de hedge funds do mundo alerta sobre os riscos do dinheiro e das moedas tradicionais

Quem é Ray Dalio
Ray Dalio é um gestor e o fundador da Bridgewater Associates, a maior e mais lucrativa gestora de hedge funds do mundo, com cerca de US$ 140 bilhões sob gestão e mais de 1.500 funcionários. Ele começou a investir com 12 anos e fundou a Bridgewater em 1975. Ele é conhecido por usar uma estratégia de alocação chamada de “paridade de risco”, que busca igualar as contribuições de risco de cada classe de ativos e se utiliza de alavancagem para ponderar o risco, buscando um nível “ideal” de volatilidade. Ele também é famoso por sua cultura empresarial baseada em transparência radical e meritocracia de ideias.
Em seu mais novo livro, “Princípios para a ordem mundial em transformação: por que as nações prosperam e fracassam”, Dalio usa o sistema de análise preditiva que aplica em seus negócios para tentar entender a ascensão e queda dos grandes impérios do planeta. Ele alerta que os indicadores mostram aumento de conflito interno nos Estados Unidos e se intensificando com a China. Ele também alerta sobre os riscos associados ao dinheiro e às moedas tradicionais devido à impressão desenfreada por governos ao redor do mundo.
Segundo Dalio, o dinheiro fiduciário (que não tem valor intrínseco e depende da confiança nas autoridades monetárias) está perdendo seu poder de compra e sua credibilidade como reserva de valor, pois os governos estão imprimindo cada vez mais dinheiro para financiar seus déficits fiscais e estimular suas economias após a crise causada pela pandemia do coronavírus. Ele afirma que isso pode levar a uma desvalorização das moedas tradicionais, como o dólar americano, e a uma inflação elevada no futuro. Ele sugere que os investidores busquem diversificar suas carteiras com ativos que possam proteger seu patrimônio contra esses cenários, como ouro, bitcoin e outras moedas digitais.
Dalio não é o único a expressar essa visão. Outros economistas e investidores também têm alertado sobre os riscos da política monetária expansionista adotada pelos principais bancos centrais do mundo, como o Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos, o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco do Japão (BoJ). Eles argumentam que essa política pode gerar distorções nos mercados financeiros, criar bolhas especulativas e prejudicar a confiança dos agentes econômicos nas instituições monetárias.
No entanto, essa visão também é contestada por outros especialistas, que defendem que a política monetária expansionista é necessária para evitar uma recessão profunda e prolongada, diante da crise sanitária e econômica provocada pela pandemia. Eles afirmam que os riscos de inflação são baixos, pois há muita capacidade ociosa na economia e uma demanda reprimida por bens e serviços. Eles também argumentam que as moedas digitais ainda são muito voláteis e arriscadas para serem consideradas como alternativas viáveis ao dinheiro fiduciário.
Portanto, há diferentes perspectivas e incertezas sobre o futuro do dinheiro e das moedas tradicionais, e não há uma resposta definitiva ou consensual sobre esse tema. O que se pode fazer é acompanhar os dados econômicos, as decisões dos bancos centrais e as tendências dos mercados financeiros, e buscar uma alocação de ativos que esteja adequada ao perfil de risco e aos objetivos de cada investidor.
Algumas fontes da web que você pode ler para validar a precisão das informações fornecidas são:
- Veja o que Ray Dalio, investidor que previu crise de 2008, pensa sobre um possível conflito entre EUA e China – Jornal O Globo (https://oglobo.globo.com)
- Ray Dalio: o criador do fundo mais lucrativo do mundo | InfoMoney (https://www.infomoney.com.br)
- Entenda o suitability — Portal do Investidor (https://www.gov.br)