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Por risco de trombose, Brasil abandona uso e produção da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19

O Brasil decidiu suspender o uso e a produção da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 por causa dos riscos de trombose. Saiba mais sobre os motivos e as consequências dessa medida.

A vacina da AstraZeneca, que foi uma das principais armas do Brasil na luta contra a Covid-19, deixou de ser usada e produzida no país por causa dos riscos de trombose associados ao imunizante. O Ministério da Saúde publicou uma nota técnica em 27 de dezembro de 2022, recomendando o fim do uso e da fabricação da vacina, que era feita pela Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz).

A decisão foi tomada após vários estudos apontarem um risco aumentado de eventos tromboembólicos, especialmente em mulheres com menos de 40 anos, após a aplicação da vacina de vetor viral, que usa um adenovírus modificado para transportar o material genético do coronavírus. Além da AstraZeneca, outra vacina desse tipo usada no Brasil era a Janssen, que também foi suspensa para a terceira dose.

Segundo o Ministério da Saúde, até janeiro de 2022, foram aplicadas 115,6 milhões de doses da vacina da AstraZeneca no Brasil, sendo 86,4 milhões na primeira dose, 28,7 milhões na segunda dose e 500 mil na terceira dose. O órgão informou que não houve relatos confirmados de casos de trombose relacionados à vacinação no país, mas que optou por seguir o princípio da precaução e da segurança.

A nota técnica também orientou que as pessoas que já tomaram as duas doses da AstraZeneca ou da Janssen não precisam se preocupar, pois o benefício da vacinação supera o risco potencial de eventos adversos. No entanto, recomendou que essas pessoas procurem atendimento médico imediato se apresentarem sintomas como falta de ar, dor no peito, inchaço nas pernas, dor abdominal persistente, dor de cabeça intensa ou visão turva.

A suspensão do uso e da produção da vacina da AstraZeneca no Brasil gerou críticas de especialistas e entidades médicas, que consideraram a medida precipitada e sem evidências científicas suficientes. Eles argumentaram que a incidência de trombose após a vacinação é muito baixa, cerca de um caso em cada 100 mil pessoas vacinadas, e que a Covid-19 é uma doença muito mais grave e letal, que pode causar complicações trombóticas em até 30% dos pacientes.

Além disso, eles alertaram que a interrupção da vacina pode prejudicar o ritmo da imunização no país, que ainda enfrenta uma alta transmissão do vírus e o surgimento de novas variantes. Eles defenderam que a vacina da AstraZeneca é segura e eficaz, e que deveria continuar sendo usada em quem ainda não se vacinou ou em quem precisa de reforço.

O Ministério da Saúde afirmou que a suspensão da vacina da AstraZeneca não vai comprometer o plano nacional de vacinação, pois o Brasil conta com outros imunizantes disponíveis, como a CoronaVac, a Pfizer e a Moderna. O órgão disse que vai redistribuir as doses remanescentes da AstraZeneca para outros países que ainda precisam delas.

Fontes:

  • https://saude.abril.com.br/medicina/vacina-para-covid-19-e-trombose-faz-sentido-ter-receio/
  • https://brasil.elpais.com/sociedad/2021-03-15/espanha-alemanha-franca-e-italia-suspendem-vacina-da-astrazeneca-depois-casos-de-trombose-na-ue.html
  • https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/bbc/2021/04/07/vacina-astrazenecaoxford-risco-de-trombose-e-rarissimo-e-nao-ha-motivo-para-interromper-imunizacao

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